Óleo de coco – diferença entre um óleo tóxico e um não tóxico
O óleo de cozinha é comprovadamente tóxico. O óleo de coco é o contrárioɁ
[Imagem: she-ra-store.ru]
É característica única do óleo de coco ser constituído de gorduras [ácidos graxos] de cadeia pequena e média. Saturados.
Ao contrário de outros ácidos graxos saturados, cuja cadeia é mais comprida, o tamanho menor da molécula dos ácidos graxos que prevalecem no óleo de coco os torna inegavelmente mais ativos como fonte de energia imediata.
Como argumenta R. Peat, “os ácidos graxos saturados de pequena cadeia do óleo de coco, moléculas que contêm de 6 a 10 carbonos, são metabolicamente muito ativos, literalmente afastam os ácidos graxos de moléculas grandes e se oferecem para ser metabolizados pela mitocôndria, dispensando o uso do sistema de transporte que envolve a carnitina, daí o óleo de coco ser usado para tratar doenças cardíacas e outras.
O óleo de coco pula esse sistema e faz com que a gordura seja imediatamente metabolizada, então de fato, é como se fosse um punhado de crianças correndo adiante de pessoas gordas e grandes" (R Peat).
"O óleo de coco é metabolizado tão facilmente quanto a molécula de açúcar”(R Peat).
Ou seja, quem procura uma fonte instantânea de energia encontra no óleo de coco – também no TCM, triglicérides de cadeia média [A], extraídos industrialmente do óleo de coco – uma opção relativamente accessível. E saudável.
Por ser saturado - e não insaturado -, o óleo de coco tem mais a ver com a saúde.
Uma gordura insaturada [ácido graxo], invariavelmente, é tóxica para nossa saúde.
Daí a importância, na natureza, do óleo de coco.
Ácido graxo insaturado possui átomos de carbonos ligados entre si, só que, ao contrário do óleo saturado, alguns dos seus carbonos não estão hidrogenados, isto é, não carregam todos os átomos de hidrogênio que podem carregar. A gordura saturada é o contrário: suas ligações carbono [C-C] estão completamente saturadas de hidrogênio.
Isso faz a diferença entre ser saudável ou ser antimetabólico.
E também entre ser líquido ou ser sólido à temperatura ambiente: os saturados tomam o estado sólido na temperatura ambiente, suas moléculas são mais compactas pela falta das ligações insaturadas. Os insaturados são líquidos, mais instáveis, mais rancificáveis [oxidáveis] e mais inflamáveis na temperatura na qual o óleo de coco está sólido e estável.
As gorduras animais – as que nos conformam - são formadas principalmente por ácidos graxos saturados, que não apresentam nenhuma dupla ligação entre carbonos ao longo da cadeira. Tal fato confere a consistência sólida das gorduras animais em temperatura ambiente. É a mesma gordura do leite materno, da manteiga, da gema do ovo e do churrasco. E do óleo de coco.
Mas não é a das sementes e nozes: estas são insaturadas. Isso significa, dentre outras coisas, que tais óleos de sementes, ao contrário dos saturados, se decompõem e se oxidam (peroxidação lipídica) mesmo à temperatura ambiente e, em especial, submetidos ao calor do nosso corpo [B].
E, também por conta de suas ligações insaturadas, tais óleos insaturados [de sementes, nozes] reagem quimicamente com estruturas biológicas das nossas células e tecidos, provocando danos. Para complicar mais ainda o problema, eles dificilmente saem do nosso organismo uma vez que entrem, pela alimentação. Ficam nos nossos depósitos gordurosos [C].
“O fato de que as gorduras saturadas sejam dominantes nas plantas tropicais e em animais de sangue quente tem a ver com a estabilidade desses óleos a altas temperaturas.
Óleo de coco, que foi armazenado à temperatura ambiente de casa por vários anos não apresentou qualquer ranço mensurável.
Uma vez que os cocos em crescimento experimentam temperaturas altas (em torno de 100º F) a temperatura ambiente em uma casa não chega a ser propriamente um desafio oxidativo.
Óleo de peixe, ou de girassol, no entanto, não pode ser armazenado à temperatura ambiente caseira e naquela temperatura alta (de 100º F) sua oxidação espontânea será muito rápida” (R Peat). [D]
Impossível não comentar: o óleo insaturado deveria ser banido da alimentação humana por essa sua condição de antinutriente, fato que a ciência já demonstrou à exaustão. Ao menos deveria haver um debate aberto, científico, sobre tais óleos. Uma pena que a controvérsia a seu respeito não apareça nas faculdades de medicina [que deveriam seguir a ciência] e nem nos congressos médicos [idem], o que só serve, no final de contas, para continuar alimentando a lenda desses óleos chamados de “essenciais” e “saudáveis”.
[Mais observações sobre as propriedades do óleo de coco no livro a ser lançado em setembro, em Brasília, intitulado Por que (quase) toda doença começa no intestino]
GM Fontes, Brasília, 24-7-23
As informações aqui presentes não pretendem servir para uso diagnóstico, prescrição médica, tratamento, prevenção ou mitigação de qualquer doença humana. Não pretendem substituir a consulta ao profissional médico ou servir como recomendação para qualquer plano de tratamento. Trata-se de informações com fins estritamente educativos.
Referências ________________
[A] Os triglicérides (gorduras) podem ser formados por ácidos graxos de cadeia média (AGCM) ou de cadeia longa (AGCL).
Os triglicérides de cadeia média (TCM) contêm de 6 a 12 átomos de carbono, e são encontrados na gordura do coco. Os triglicérides (ácidos graxos) de cadeia longa, que possuem mais de 12 átomos de carbono, são encontrados nos óleos vegetais de sementes. E também há certos ácidos graxos saturados de cadeia longa.
[B] Isso tem a ver com o fato de que peixes de águas profundas e frias dependem de óleos insaturados para viver: dessa forma seus fluidos corporais não congelam àquelas temperaturas.
[C] Por sua maior afinidade química com a água, os óleos insaturados ficam mais tempo retidos nos nossos tecidos. Uma vez que esses tecidos se encontram em permanente turnover, mesmo os óleos insaturados, na hipótese de não continuarem sendo repostos pela alimentação, terminam sendo substituídos por gorduras saturadas. O problema é que isso leva anos, muitos anos. E, ainda por cima, quando consumimos ovos de aves alimentadas com milho e rações do tipo estaremos consumindo mais óleos insaturados, já que o óleo insaturado do milho vai para a gordura das aves, inclusive da gema ...
[D] Se você encharca um pano com óleo de linhaça [insaturado], ele pode entrar em combustão. Isso não ocorre com gordura saturada, com óleo de coco, por exemplo. A web menciona isso: “ Óleo de linhaça num espaço parcialmente fechado (como uma pilha de panos encharcados de óleo deixados de fora em um recipiente descoberto) pode oxidar, levando a um acúmulo de calor e, consequentemente, à ignição”.
Por outro lado, certos óleos insaturados podem ser usados como verniz. E quem não sabe da toxicidade, por exemplo, do óleo de soja, de canolaɁ
Eis o que nos informa o vendedor do óleo de linhaça, que ele comercializa para ser usado como verniz: “Recomendado para proteção de porta, janelas e outras superfícies de madeira durante a construção civil. Evita o envergamento da madeira. Pode ser usado também para proteção de cercas de madeira. Antes de aplicar verniz ou tinta sobre a madeira, deve-se aguardar no mínimo 15 dias para que Óleo de Linhaça seque completamente. Não deve ser utilizado para artesanato ou superfícies que irão receber alimentos, como tabuas de carnes”. [https://natrielli.com.br/produto/oleo-de-linhaca-natrielli/]
[F] Peat, R. Fats, functions and malfunctions. Em https://raypeat.com/articles/
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