Tratamento do hipotireoidismo: história do cancelamento da tireoide dessecada
Tireoide dessecada [natural, sem aditivos químicos] era o tratamento original e por décadas, para o hipotireoidismo. Saiu do mercado por seus defeitos ou por suas qualidadesɁ
[Imagem: openclinics.ru]
Quando a medicina começou a tratar uma tireoide enferma, o chamado mixedema [hipotireoidismo], o primeiro movimento foi aquele que era típico de uma época: doença no pâncreas, suplementa-se pâncreas [em pó] de um animal mais próximo [porco, boi]. Tireoide se trata com suplementação de tireoide.
Chama-se medicina dos glandulares e existe até hoje em certos nichos que, por exemplo, usam pâncreas dessecado para tratar pancreatite ou insuficiência pancreática.
Isso significa desidratar, liofilizar e reduzir a glândula a pó que será encapsulado ou comprimido para uso terapêutico.
Com a disfunção da tireoide não foi diferente. Inicialmente se usava a tireoide dessecada [veja bem: não é extrato, com solvente químico; é simplesmente a tireoide suína, por exemplo, seca, convertida em pó, desidratada e liofilizada].
De início, era a tireoide de porco congelada, cortada em pedacinhos, secos e moídos até formar um pó muito fino.
E logo depois convertida em “grãos” de 65 mg cada, em geral. “Grão” é uma espécie de convenção, para assegurar, por exemplo, 36 mcg de T4 e 9 mcg de T3, que se definiu como adequado fisiologicamente [4:1].
Chamada de tireoide dessecada, esse produto teve, de início, uma marca antiga, muito citada por R. Peat, eficiente, chamada Armour. O “grão” continha o pó integral da tireoide suína. Era o NDT: natural desiccated thyroid, ou tireoide natural dessecada, que, aparentemente, apareceu no mercado em 1891 [F].
Foi popularizado, com várias marcas antigas, sendo a Armour uma delas.
A pessoa que usava o produto [ou seu médico] dizia estar “usando tireoide” e assim ficou na cultura, isto é, estar “usando tireoide” é usar o NDT. Necessariamente trazendo os dois hormônios, T4 e T3.
A Armour que existe atualmente, convém lembrar, já é bem diferente da antiga, piorada e cheia de excipientes químicos.
De toda forma, durante décadas, o tratamento bem sucedido para tireoide foi, invariavelmente, a tireoide dissecada, com T4 e T3 [E].
Em 1914 o T4 foi isolado laboratorialmente e em 1927, se sintetizou o mesmo hormônio, T4. Mas se continuava usando a tireoide dessecada, o NDT.
Foi apenas no início da década dos 1960, que a mão pesada da Big Pharma foi capaz de impor o uso do hormônio inativo sozinho e estender sua ideologia mundo afora, eficientemente.
Ela precisou, primeiro e por um bom tempo, de uma campanha contra a tireoide dessecada em revistas médicas, de pura difamação [já que nunca conseguiram demonstrar que não funcionava clinicamente]. E passar, repetitivamente, a ideologia de que T4 é o hormônio tireoidiano.
Já em 1955, na Alemanha, a Knoll lançou o Synthroid, tiroxina em comprimidos, o hormônio inativo sozinho.
Ao mesmo tempo em que a máquina de propaganda em favor do T4 no tratamento do hipotireoidismo se movia a pleno vapor. Mesmo assim, o fato é que resultados negativos apareciam, aqui e ali, invariavelmente cancelados da grande divulgação. Um miserável e grandioso fracasso vinha no rastro do T4, nas palavras de uma paciente, a mesma que disse que tratar com T4 é como um elevador que somente leva as pessoas até o 4º andar de um edifício de vinte andares; e os sintomas tenderão a piorar com o tempo.
Por queɁ Ela mesma respondia: o corpo não está desenhado e nunca evoluiu para viver somente do hormônio inativo e que usualmente é armazenado/convertido no ativo. Ninguém nasceu para viver somente de T4. Mas uma coisa é certa, o T4 sintético e patenteado, encheu os cofres dos seus criadores e da propaganda. Também foi registrado que muita gente com fibromialgia e que usa somente T4, só vê seus sintomas desaparecerem quando migram para a tireoide dessecada.
Por sua vez a tireoide dessecada funcionou por meio século antes do debut do T4 [tiroxina] ao início dos anos 1960.
Tireoide dessecada, principalmente de porco, muito compatível com a nossa, como já foi mencionado acima, é o conteúdo da tireoide, aprovado e inspecionado [Farmacopeia], dessecado e pulverizado, resultando em um leve pó ao final. São feitos testes para preencher os requisitos da Farmacopeia [USP]. É feita a liofilização [B].
Nesse NDT constam os mesmos hormônios que trazemos na nossa tireoide saudável, isto é, T3 [o ativo], T4 [sendo este o hormônio de armazenamento; inativo], mas também T2 e T1, além de calcitonina [A].
Repetindo: para entrar no mercado médico, este produto tem que seguir as normas da Farmacopeia dos Estados Unidos, e é medido - de acordo com as quantidades especificas de T4 e T3 – como um grão, consistindo de 38 mcg de T4 e 9 mcg de T3, com diferenças menores em algumas marcas.
Várias marcas produziam essa tireoide, o NDT, nos USA, como Armour, NatureThroid, Erfa [no Canadá], Acella, NP Thyroid, Westhroid-P e outras. O pó para constar nessas receitas de tireoide dessecada – reiterando - tem que seguir aquele padrão de qualidade USP [United States Pharmacopeia][ https://www.usp.org/about ].
E é por isso que quando seu doutor disser que tireoide dessecada é “imprecisa”, “impura”, “não padronizada” ou “não confiável”, lembre a ele que esses termos não fazem parte do dicionário de um produto que cumpre os padrões da USP, usado pelos fabricantes da tireoide dessecada [com prescrição], como argumentou autora de livro sobre tireoide. Lendas como essa, provavelmente, passaram da hora de serem exorcizadas do imaginário médico.
Mais adiante, apareceu o chamado “extrato de tireoide”[thyroid extract], mais industrializado, e que vem com recheio químico, declarado ou não declarado. Extrato significa que foi aplicado, ao menos solvente químico para extrair os hormônios do pó original. No mínimo. Afora outros procedimentos e aditivos.
De toda forma, seja com relação ao que ainda chamam de “tireoide dessecada” ou ao próprio extrato, a pressão da indústria farmacêutica invariavelmente se fez presente e é determinante. Perverte todo produto tireoidiano. Incluindo, claro, os que atualmente se dizem “tireoide dessecada” [I].
O reinado da tireoide dessecada [praticamente despida de excipientes industriais] durou meio século. T4 sozinha entrou em cena, como foi mencionado, no início dos 1960.
O fato é que aparentemente, tireoide dessecada ou extrato incomodam o FDA, biombo para patentes industriais da Big Pharma.
O FDA não parou de agir.
No início do século XIX, em 1906, já entrou em cena a regulamentação do FDA contra drogas “mal rotuladas” e “adulteradas”. Em 1938 o FDA endureceu com uma lei de “alimentos, drogas e cosméticos”. No início dos anos 1960, veio o jogo pesado: o FDA entrou com regras novas para classificar as drogas em eficazes, ineficazes ou que necessitam estudos posteriores.
Em 2006, definitivamente, novas regras [chamadas Compliance Policy Guide, de 6/2006] exigiam das farmacêuticas que provassem a eficácia e segurança de drogas não aprovadas, a exemplo de tireoide dessecada, através de testes clínicos muito caros sob encargo do FDA. Estava fechado o cerco. A Big Pharma virara totalmente o jogo. Tireoide dessecada ficou virtualmente “fora da lei”. E hoje é mais entupida de excipientes e aditivos que nunca.
Em 2009, o FDA exigiu que fosse cessada a produção de vários produtos tireoidianos. Escassez de tireoide dessecada apareceu. O laboratório da Armour [Forest Laboratories] aumentou mais ainda conteúdo de celulose do produto. Muita gente passou a não ver efeitos nos produtos tipo Armour ou no NatureThroid. Em 2010 apareceu Acella e, em 2013, um “novo” tipo de Westhroid-P, supostamente tireoide dessecada. Claramente não era mais isso.
Muitos produtos de marca antiga foram sendo reformulados, sempre para pior [como Erfa] no início de 2014. E empresas comprando empresas, grande centralização de capitais. Na Inglaterra, perseguição ao NDT publicamente.
Em 2019, muitos pacientes reclamando que seu hipotireoidismo não era superado com nenhum desses produtos. E ocorreram vários recalls [Naturethroid, WP Thyroid, Acella].
Quanto ao Synthroid [T4] a história foi diferente: foi ocupando amplamente o mercado [o produtor do Syntroid agora é proprietário da Armour].
Chegamos ao reinado do T4 vendido como o “hormônio tireoidiano”. Que é o ensinado nas faculdades de medicina.
Mas, de fato, um hormônio inativo não poderia ser rotulado assim. De toda forma, é isso que os médicos modernos pouco informados [ou apenas limitados ao que a faculdade falou como verdade] acham que é. E acham [aqui sim, na real, achismo] que funciona.
A principal função do T4 [levotiroxina, tiroxina], com seus quarto átomos de iodo, é se converter no ativo T3. Conforme demanda corporal. Aliás, também pode virar, em condições adversas, em ambiente de estresse, no inconveniente T3-reverso.
Por sua vez, o T3 [triiodotironina], com suas três moléculas de iodo é quem produz os maravilhosos e universais efeitos energizantes do hormônio tireoidiano. Não o T4, é sempre o T3. E T3 não vira outra coisa, é sempre T3.
Mas mesmo usando o bom senso, os defensores do uso do T4 sozinho, jamais poderão argumentar, convincentemente, que o T4 será convertido em níveis adequados de T3 no organismo do paciente...Não existe garantia alguma.
Retomando aquela história acima.
Durante muitas décadas, mais de meio século, a tireoide dessecada [de porco, que foi emplacada talvez por ser produto menos alergênico] ou também chamada de tireoide natural, não sintética, foi usada, com êxito, para pacientes com mixedema [hipotireoidismo grave] e também hipotireoidismo menos grave.
Quem – como foi meu caso, na FCS/UnB – estudou farmacologia no livro de Goodman e Gilman [Bases farmacológicas da terapêutica] deve lembrar que a tireoide dessecada era entendida como o método preferencial de tratamento da tireoide [isso já constava na edição de 1941]. Na edição que conheci desse livro, a de 1970, igualmente vem a menção elogiosa à “thyroid USP”, dessecada.
E mesmo que tente, agora, nessa edição de 1970, criticá-la – nos novos ventos da Big Pharma – como sendo “não muito padronizada”, mas o mesmo livro tem que reconhecer que “sua potência é o suficientemente padronizada ao ponto de que nenhuma variação possa ser detectada clinicamente quando a preparação oficial é prescrita”[D]. Isso em 1970!!
No entanto, não estranhe se você entrar hoje no consultório de um endocrinologista, especialmente se for jovem, e constatar que ele continua repetindo – em flagrante sinal de desatualização - que tireoide dessecada é “não padronizada”, “impura”, “imprecisa” e por aí afora.
Naquela mesma edição, de 1970, Goodman afirma, sem meias palavras, que “Tireoide USP é um preparado altamente satisfatório para uso clínico”.
Por que isso mudou, por que surgiram artigos venais do tipo difamatório, eis a pergunta que fica e cuja resposta mais profunda provavelmente está em outra esfera, fora da medicina strictu sensu, se me entendem.
Mas a vida não para. O uso isolado do T4 não tem como ser bem sucedido.
Surgiram grupos na web contrários ao uso do T4 sozinho, o de Mary Shomon foi um deles [em 1999]. Claro está, no entanto, que a mão de ferro da Big Pharma se impôs por todo lado; a propaganda foi pesada, foi empurrado goela abaixo novo “consenso”, diferente daquele que durou cinco décadas em torno da tireoide dessecada. Sempre na base da supressão do contraditório, as usual.
E não é demasiado – embora trágico – lembrar que a edição de 2006 daquele livro de Farmacologia, que é básico em cursos de medicina, já vem com a narrativa diferente, de que tireoide dessecada, derivada de glândula animal, é “menos indicada” porque sua “atividade biológica é altamente variável” [segundo informação citada por artigo de Janie].
Não é o que a experiência clínica de meio século mostrou em relação à tireoide dessecada.
Mas que importa isso, não é mesmoɁ No real, uma mão invisível, ao que tudo indica, muito poderosa, balançou o berço de Goodman e Gilman... E eles dobraram a espinha em favor do T4...e ignoraram a Farmacopeia dos Estados Unidos...
Resumo de tudo, segundo argumentou um médico mais lúcido outro dia: é preciso mudar todo esse quadro, questionar os exames laboratoriais usados para diagnosticar função tireoidiana e é urgente uma revolução contra o tratamento que só utiliza T4, girando, finalmente, em favor da tireoide dessecada. E batalhar pela volta plena da tireoide dessecada sem deturpação química do seu conteúdo.
Mais que isso, no momento, quando pensamos em tireoide, em hipotireoidismo, já houve quem dissesse que o paciente precisa buscar doutores mais lúcidos e nobres.
Mais atualizados, para sermos eufêmicos.
E, nesse sentido, o bom doutor provavelmente deve apresentar as seguintes características: ele trabalhará com você em equipe, respeitará sua inteligência e sabedoria e, ao mesmo tempo, realizará os exames que você solicite; respeitando você prontamente, toda vez que se recusar a exames invasivos contra seu corpo e sua tireoide.
E esse bom doutor, naturalmente, não ficará preso em coisas tipo TSH ou T3 e T4 para amarrar diagnóstico. Ele tampouco pedirá hormônios “livres”[a vergonha dos exames laboratoriais já que T3 e T4 viajam e entram nas células ligados a proteínas]. Não prescreverá medicamento que só traz T4. E é importante que ele saiba e respeite a tireoide dessecada por fora da narrativa oficial [pressupõe q ele pense com a própria cabeça].
Enfim, é muito necessário que tal doutor exista, para o bem de cada paciente com hipotireoidismo.
GM Fontes, Brasília, 23-5-24
As informações aqui presentes não pretendem servir para uso diagnóstico, prescrição médica, tratamento, prevenção ou mitigação de qualquer doença humana. Não pretendem substituir a consulta ao profissional médico ou servir como recomendação para qualquer plano de tratamento. Trata-se de informações com fins estritamente educativos. Nenhuma das notas aqui presentes, neste blog, conseguirá atingir o contexto específico do paciente singular, nem doses, modo de usar etc. Este trabalho compete ao paciente com seu médico. Isso significa que nenhuma dessas notas - necessariamente parciais - substitui essa relação.
Notas ____________________
[A] Calcitonina, que integra a tireoide dessecada, responde a níveis muitos altos de cálcio no sangue. Combate a osteoporose.
[B] Os produtos desidratados e liofilizados possuem grande aplicação na indústria de alimentos processados, panificação, chás, suplementos nutricionais etc., sendo usados em diferentes formas, tamanhos e texturas, de acordo com cada tipo de aplicação. Resumido de Márcia Fani - O produto orgânico liofilizado passa por uma desidratação maior que o comum [de 98 a 99% ao contrário de quando é apenas desidratado que perde umidade em 95%]. Liofilizado possuirá maior prazo de validade, tipo décadas. O objetivo é reduzir o teor de umidade, por evaporação. Liofilização retém mais nutrientes originais do que simplesmente desidratação. Pode ser por centrifugação, filtração, ultrafiltração, osmose reversa, prensagem; se for termicamente é ebulição e retirada da água por vapor. Microorganismos não mais crescerão ali. A liofilização é um processo de desidratação suave, que minimiza qualquer dano térmico aos nutrientes sensíveis ao calor. Nesse caso, o solvente, geralmente água, é cristalizado rapidamente a baixa temperatura e removido por sublimação [secagem]. A umidade do produto final será baixa, tipo de 1-4%. O liofilizado não utiliza calor e a vida útil é longa. Mas o custo é mais alto. Fonte: https://aditivosingredientes.com/artigos/todos/desidratados-ou-liofilizados-qual-a-diferenca#:~:text=A%20principal%20desvantagem%20da%20liofiliza%C3%A7%C3%A3o,a%20secagem%20ao%20ar%20convencional.
[C] Artigo de Janie: https://stopthethyroidmadness.com/desiccated-thyroid-unapproved-drug/
[D] Citado no livro de Janie Bowthorpe, p. 50.
[E] “Actions of thyroid hormone - The substances produced in increased quantities in response to triiodothyronine secretion include many enzymes, cell constituents, and hormones. Key among them are proteins that regulate the utilization of nutrients and the consumption of oxygen by the mitochondria of cells. Mitochondria are the sites at which energy is produced in the form of adenosine triphosphate (ATP) or is dissipated in the form of heat. Triiodothyronine activates substances that increase the proportion of energy that is dissipated as heat. It also stimulates carbohydrate utilization, lipid production and metabolism (thereby increasing cholesterol utilization), and central and autonomic nervous system activation, resulting in increased contraction of cardiac muscle and increased heart rate. During fetal life and in infancy this stimulatory activity of triiodothyronine is critically important for normal neural and skeletal growth and development; in both the unborn and the newborn, thyroid deficiency is associated with dwarfism and intellectual disability”. Fonte: https://www.britannica.com/biography/George-Redmayne-Murray
[F] “George Redmayne Murray (born June 20, 1865, Newcastle-upon-Tyne, Northumberland, Eng.—died Sept. 21, 1939, Mobberley, Cheshire) was an English physician who pioneered in the treatment of endocrine disorders. He was one of the first to use extractions of animal thyroid to relieve myxedema (severe hypothyroidism) in humans. [Na verdade não era extrato, mas a tireoide em pó] Murray, the son of a prominent physician, William Murray, received clinical training at University College Hospital, London. He was awarded both his M.B. (1889) and M.D. (1896) by the University of Cambridge. Determined to pursue a career in experimental medicine, Murray in 1891 became pathologist to the Hospital for Sick Children in Newcastle. He also lectured in bacteriology and comparative anatomy at Durham University. From 1893 to 1908 he was Heath professor of comparative pathology at Durham. Appointed to the chair of medicine at Manchester University, he remained there to the end of his career. In 1891 Murray published his most important research, a report in the British Medical Journal on the effectiveness of sheep thyroid extract in treating myxedema in humans. Thyroid deficiency had been recognized as the cause of myxedema in the 1880”. Fonte: https://www.britannica.com/biography/George-Redmayne-Murray
[G] BARNES Broda, L Galton, 1976. Hypothyroidism: the unsuspected illness.
[H] PEAT Ray, s/d. Textos fundamentais – ou os mais fundamentais- sobre tireoide, do melhor de todos os estudiosos sobre o assunto: Thyroid, insomnia, and the insanities: Commonalities in disease. TSH, temperature, pulse rate, and other indicators in hypothyroidism e Thyroid: Therapies, Confusion, and Fraud.
[I] O que chamam de “tireoide dessecada” hoje em dia costuma vir com um monte de excipientes químicos. A “tireoide dessecada” da Armour, traz hipromelose, dióxido de titânio [branqueador], polissorbato, estearato de cálcio [estabilizador], dlicolato de sódio, celulose microcristalina e, por fim, pó de tireoide de porco USP, segundo seu site. A da Nature-Throid e o Westrhroid [dos RLC Laboratories], segundo seu site, traz, além do pó de tireoide dessecada USP, também o dióxido de silício [dessecante], fosfato dicálcico, lactose, estearato de magnésio [lubrificante], celulose microcristalina [fibra sintética], croscaramelose de sódio, ácido esteárico, Opadry II o mais genuíno lixo industrial.
Outro “extrato de tireoide”, o Thyroid-S, fabricado na Tailândia por uma multinacional, além do extrato tireoidiano tem polivinilpirrolidona, celulose microcristalina, ácido silícico, talco, tartrazina, azul-aluminio FCP lake, aditivo amarelo FCF, dióxido de titânio, PEG 6000 [polímero], dimetilpolisiloxano, methocel, eudragit, estearato de magnésio, amido glicolato de sódio, metilparabeno, propil parabeno. A tireoide dessecada da Acella, com nome de NP Thyroid, norte-americana, traz estearato de cálcio, maltodextrina e óleo mineral. Nem sempre se ocupam de citar tudo que colocam no produto.
Por outro lado, provavelmente ainda é possível encontrar tireoide dessecada apenas com o pó tireoidiano liofilizado [talvez o ThyroGold ]. Mas é bem mais difícil e exige uma busca com foco total pelo mundo afora. E existem as tireoides dessecadas bovinas de venda sem receita médica. Existe, também, o produto sintético, que traz T4 e T3 sintéticos e seus inexoráveis excipientes. E também é possível encontrar o produto que traz apenas T3 [liotironina sódica], tipo Cynomel mexicano, Cytomel.
Apareceu, no século XXI, tipos novos de “tireoide dessecada”, o Nature-Throid e Westhroid. Citam como excipientes ao dióxido de silício, fosfato dicálcico, lactose, estearato de magnésio, celulose microcristalina, croscaramelose de sódio, ácido esteárico, Opadry II e, finalmente, o pó de tireoide suína USP. Além de outros excipientes que podem estar presentes como polietilenoglicol. De toda forma, tais produtos vão sendo reformulados. Não são fixos. Temos a “Thyroid” canadense, depois chamada de Erfa que diz trazer tireoide dessecada associada a vários ingredientes como talco, maizena etc. Existem a tireoide dinamarquesa, a alemã, a da Nova Zelândia [Whole Thyroid], o produto genérico Acella, dos Estados Unidos, que vem com óleo mineral, o extrato de tireoide da Nutri-Meds que traria tireoide dessecada mais alguns excipientes; o ThyroGlod, tireoide dessecada sem receita médica do Dr John C Lowe, o pó liofilizado de tireoide bovina;
Com o tempo, a indústria achou por bem extrair, daquele pó, a calcitonina e T1 e T3, por exemplo. O que aumentava seus lucros. Mas não mudaram, necessariamente, o nome, ora tireoide “dessecada”, ora extrato. Meio desnecessário lembrar que esse caminho sujo e químico não precisaria ser seguindo se não fossem interesses nada compatíveis com a saúde humana, isto é, os interesses de formatação pelo mercado [copiados, prontamente, por países de economia estatizada].
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