A estranha relação câncer-açúcar e Otto Warburg
O câncer prospera no açúcar. Que tal tirar o açúcar da alimentação para “matar o câncer de fome” [e, obviamente, mergulhar o paciente na fome de açúcar e no regime do cortisol ...]Ɂ
[Otto Warburg, Nobel de Medicina, 1883-1970]
O pioneiro em mostrar que o câncer é um tecido que, metabolicamente, queima o açúcar de forma inadequada – sem oxigênio – foi o Nobel alemão O. Warburg [1883-1970].
Ele demonstrou que as células de um determinado lugar do corpo começam a fermentar o açúcar, transformando-o não mais em CO2, mas agora, em ácido lático. Mesmo na presença de oxigênio.
O nome da coisa é glicólise aeróbica. Fermentação na presença do oxigênio; quebra aeróbica da glicose até ácido lático, não mais a CO2.
O. Warburg mostrou que o câncer é uma doença metabólica cuja característica é fermentar o açúcar a ácido lático, desaprendendo a forma fisiológica de sua queima, com oxigênio e deixando de ir até CO2.
Característico, portanto, do tecido do câncer usar o mesmo combustível [além da gordura], mas sem produzir CO2 e com suas células crescendo descontroladamente.
Tendo feito a descoberta, O. Warburg jamais imaginaria o quanto seria não apenas repelido pela medicina dominante [que em vez de “doença metabólica” abraça a doutrina do câncer “doença genética”], como tampouco imaginaria o quanto seria incompreendido também pelos seus supostos “seguidores”.
E aqui nos referimos a uma determinada “comunidade médica” a qual, reconhecendo, como O Warburg, que o câncer queima o açúcar, propõe privar o câncer de açúcar. Para matá-lo “de fome”. Não percebem que o problema não é o açúcar, mas sua má queima.
Abstraindo o paciente, proclamam que privando o paciente de açúcar, o tumor “morrerá de fome” de açúcar. E, no entanto, a pergunta do milhão é a seguinte: e o pacienteɁ Ou seu cérebro, pulmões, sistema imune, todas suas funções não dependem do oxigênio e de açúcarɁ
O destino metabólico do paciente parece ter virado uma abstração metabólica, tal o reducionismo do raciocínio. Suas funções vitais não receberão mais açúcar em nome de privar o tumor de açúcar. Faz algum sentido a não ser nos marcos da mais pura compartimentalização do pensamentoɁ
No entanto, essa ideia fez moda em certos [pequenos] grupos defensores da dieta high fat e low sugar, isto é, muita gordura e mínimo de açúcar, na linha de combater o câncer reduzindo o açúcar a quase nada e, em consequência, jogando a pessoa em estresse/cortisol /adrenalina/estrogênio.
Vejamos o que pensa R. Peat a respeito da relação câncer – açúcar, ele que, certamente aprecia o trabalho pioneiro de O. Warburg, mas despido de reducionismos.
“A definição de O. Warburg de câncer, metabolicamente, era de que ele opera em glicólise aeróbica.
Ordinariamente, glicólise é um processo semelhante à fermentação, no qual o açúcar é utilizado com muito desperdício e se dá na ausência de oxigênio” [R. Peat].
E a glicólise no caso do câncer – ou de qualquer fermentação – é um processo energeticamente ineficiente.
Sim, O Warburg mostrou que a gênese do câncer poderia ser completamente entendida sem a genética, lidando apenas com a esfera de um desequilíbrio metabólico determinado.
Autoridades norte-americanas promoveram a desaprovação da teoria de O. Warburg, principalmente a começar dos anos 1960, como explica R. Peat. O. Warburg e Frederick Koch eram os cientistas orientados por uma perspectiva pró-metabólica e eram conhecidos em determinado momento, já antes da II Guerra.
Koch influenciou Szent Georgi outro gigante da fisiologia que operava na mesma perspectiva. Todos giravam em torno de uma visão abrangente, holística, do câncer, alguns chamariam de “vitalística”, já que era seu entendimento que a energia da totalidade do ser era a explicação das doenças, energia metabólica.
O câncer começava em células com baixo oxigênio, para O. Warburg. E um dos elementos que O. Warburg recomendava para quebrar esse ciclo – apenas para citar um exemplo - , era a vitamina B2, cofator para inibir a produção de ácido lático e retomar a respiração oxidativa. Para tentar fazer a célula a voltar ao metabolismo aeróbico.
O. Warburg, Albert Szt. Georgi, Frederick Koch, William Koch, e outros como Gilbert Ling, abriram caminho para o estudo do metabolismo oxidativo celular.
O. Warburg não apenas descobriu que o câncer produz ácido lático, mas também que este ácido, tóxico, impulsiona o câncer nas redondezas, mantém o câncer proliferando. Vai bloqueando a produção de energia oxidativa em outras células próximas, deslocando a produção de CO2 em direção a lactato, como explicou R. Peat.
No entanto, desafortunadamente, O. Warburg invariavelmente foi mal entendido ou interpretado erroneamente, quando não diretamente negado [B].
Quando, como é óbvio, sua validade só é cabível se ele for, de fato, entendido. Caso contrário será apropriado indevidamente, especialmente pela comunidade “antiaçúcar”, por exemplo.
Recapitulando: o núcleo duro da gênese do câncer foi descoberto por O. Warburg, na esfera do comprometimento da produção de energia via respiração celular com oxigênio.
Como argumentou R. Peat: enquanto a ciência ia adiante, ciência-menos-reducionista, com pessoas como O. Warburg, Szt. Georgi, Alexis Carrol, Jacques Loeb, Frederick Koch, a banda autoritária e dogmática da medicina ganhava presença muito mais forte, holofotes, por exemplo, com suas teorias da imortalidade dos genes. Para Weissman, um destes dogmáticos, o corpo, o soma, é mortal, mas a linhagem de genes é imortal, e aqui, ele simplesmente – como diz R. Peat – está refraseando a doutrina cristã de Mendel.
Voltando: o problema com o tecido canceroso não é se há ou não açúcar e sim, o uso incorreto do açúcar pelo tecido; que “desaprendeu” a queimar o açúcar da forma mais eficiente e ficou travado na queima ineficiente. Esse é o problema.
Isso não nos leva à estranha proposta de matar o paciente/câncer de “fome de açúcar” e entupi-lo de gordura - são as dietas que aquelas “comunidades” restritivas do açúcar estão propondo – ignorando que o câncer adora gordura.
O câncer prospera na gordura também. Na verdade, ele aciona enzimas que convertem açúcar em ácidos graxos para queima [a ácido graxos-sintetase, enzima acionada quando alimentação é favorável].
Esses grupos atuais, segundo R. Peat, incorrem em uma “terrível má interpretação do trabalho de O. Warburg dos anos 1920, no qual ele demonstrou – como foi dito acima - que o câncer não pode deixar de executar a glicólise e optar por oxidação da glicose ou outras coisas a CO2, produzindo energia adequada, mesmo na presença do oxigênio; e que, por isso, o câncer continua convertendo glicose em ácido lático, tendo como efeito metabólico o desperdício de glicose e, dessa forma, o câncer típico é tão metabolicamente ineficiente que, no interior do tumor, existe uma extrema falta de oxigênio e glicose, ambos” [R. Peat].
Por isso, está queimando açúcar ineficientemente e também ácidos graxos [sim, câncer é fat burner].
Ou seja, o tumor vai se tornando um tecido que não mais queima açúcar eficientemente, via oxigênio, mas que, também, no seu interior, reina hipóxia [falta de oxigênio] e falta de açúcar. Ele usa mal o açúcar e não utiliza oxigênio.
R. Peat cita a experiência que foi feita no tumor da perna de uma pessoa [e em experimentos animais] na qual foi introduzida uma altíssima concentração de solução de glicose na artéria alimentadora do tumor, para fazer frente à deficiência de açúcar criada pela ineficiência metabólica do câncer. O que ocorreuɁ Obtendo, agora, suficiente glicose, o tumor se dissolveu, matando-se. Ou seja, um problema metabólico foi resolvido metabolicamente [sem restringir, ao contrário, o açúcar do paciente].
R. Peat conclui, examinando o papel protetor do açúcar e do oxigênio: se forem oferecidos ao tumor em quantidades suficientes, o tumor reganhará a energia que necessita para a cura ou auto-cura. Haverá inibição da lipólise, pressão metabólica no sentido da volta à oxidação de açúcar.
Segundo ele, de alguma forma, o câncer, de início, é uma tentativa do tecido de sobreviver diante da falta de oxigênio [eventualmente produzida por excesso de estrogênio que é notório hipoxiante], mas sem dispor dos materiais necessários de que necessita, para alcançar a reparação metabólica.
E mais, uma vez que o câncer usa glicose, sim, como combustível, se ele não receber – da alimentação - suficiente glicose, ele enviará sinais para o organismo para que este supra com mais glicose. E se a pessoa não consome suficiente açúcar, a única fonte de glicose endógena, no próprio corpo, quando não há mais reservas [glicogênio] é dissolver proteínas para transformá-las em glicose.
Cortisol, hormônio catabólico por excelência, entra em cena. É só restringir açúcar, quanto mais restrição de açúcar dietético, pior. Mais cortisol, adrenalina e estrogênio haverá.
“É dessa forma que o tumor tende a produzir um definhamento de músculos, pele, sistema imune e assim por diante.
E é também por essa mesma razão, que havendo suficiente carboidrato [açúcar, GM] na alimentação, isso ajudaria a prevenir aquela destruição causada pelo câncer via cortisol.
E isso, garantir o suprimento de açúcar, lado a lado com outras medidas, poderia prover os materiais que o tumor necessita para curar a si próprio; essa é apenas outra razão pela qual não necessitamos focar em dietas low-carb [novamente o termo correto é: low sugar, GM]”[A].
R. Peat explica que quando o organismo percebe qualquer formação tumoral, eleva o cortisol – no câncer há cortisol cronicamente elevado – para converter tecidos em açúcar.
E se a pessoa evita consumir açúcar o corpo vai ser destruído mais rapidamente. Simples assim.
Evitar açúcar para combater o câncer é, nesse sentido, uma contradição lógica e um desconhecimento, em algum grau, do papel do cortisol no câncer. E de que boa parte das mortes pelo câncer se dá pela lenta deterioração dos tecidos – inclusive sistema imune – que estão sendo, destrutivamente, convertidos em açúcar pelo cortisol. Deter esse processo pode ser curativo. Privar a pessoa de açúcar é o pior que se pode fazer, na perspectiva de R. Peat.
Daí R. Peat ter citado aquela experiência de bloquear a oferta de gordura a um tumor cancerígeno e, através de cânula arterial, inundá-lo de açúcar, em alta concentração, o que levou à sua liquidação; ele não mais se desenvolveu.
Outro dado: o câncer está queimando ácidos graxos. Não prefere açúcar. Seu uso do açúcar é incompleto e gera ácido lático. “Quando O. Warburg descobriu que o câncer produz uma enorme quantidade de ácido lático, mesmo quando o tecido era oxigenado e, portanto, potencialmente capacitado a queimar o açúcar até CO2, pessoas do seu tempo não atentaram para o que isso significa. E ainda existem fisiologistas da área do esporte, do exercício e afins que alegam que ácido lático é uma maravilhosa fonte de energia e por aí afora” [R. Peat, 20-1-20]. Na verdade, o ácido lático é uma oncomolécula, inflamatória.
Nos anos 1920 O. Warburg mostrou que as células do câncer não conseguem usar o açúcar eficientemente e que consomem açúcar a uma taxa muito alta. Produzindo ácido lático em vez de CO2. O erro de interpretação por alguns que se dizem discípulos de O. Warburg é o de que – como foi mencionado - propõem proibir o açúcar para curar o câncer.
“O câncer prospera com gordura.
Quando uma pessoa para de consumir açúcar, por exemplo, seu corpo começa a quebrar suas próprias proteínas e gorduras, já que os cânceres mandam para o corpo hormônios [sinais] para demolir músculos e outros tecidos para liberar ácidos graxos e aminoácidos no sangue. O câncer possui a reputação de comedor de glicose, mas tão logo você não ofereça glicose”[R. Peat], ele passa a consumir os tecidos para continuar queimando glicose e ácidos graxos.
Para Peat, como foi dito acima, o pior que você pode fazer para acelerar a morte por câncer é privar o organismo e o câncer de açúcar. Vai acelerar o caminho para a caquexia. [Tanto é assim que os que dizem fazer isso - cortar o açúcar - não possuem casuística clínica de longo prazo para apresentar] [C].
Essa ideia de “privar o câncer de açúcar”, vista mais de perto, que sentido poderia terɁ Alguém acha que a glicemia ficará baixa porque a pessoa se priva de açúcarɁ
O sangue de uma pessoa que carrega um câncer, mas que, ao mesmo tempo, evita consumir açúcar, é basicamente normal, isto é, seus níveis de açúcar estão presentes, venha ou não açúcar da alimentação.
Conforme já argumentou R. Peat [na entrevista intitulada Sugar myths, 2016], “há muitas tentativas de se matar o câncer de fome, baixando o açúcar sanguíneo, mas o tumor envia sinais todo o tempo para se prover de açúcar e proteína, aminoácidos e ácidos graxos que ele necessita para crescer. E se cortar o suprimento de açúcar, tudo que ele fará será enviar mais sinais de estresse para o organismo” [R. Peat].
Ou, enfatizando a ideia acima: “um dos eventos iniciais do câncer é a crônica elevação de cortisol e este converte tecidos da pessoa em açúcar, e se ela evita a ingesta de açúcar, seu organismo será destruído mais rapidamente ainda. Rumo à caquexia. E o definhamento do sistema imune e outros tecidos é o que realmente mata a maioria das pessoas com câncer” [R. Peat].
E, no entanto, famoso médico francês, que terminou morrendo de câncer cerebral, defendia uma dieta anticâncer na base, praticamente, da supressão do açúcar. E, no entanto, alguns – inclusive da órbita chamada alternativa – em sua fobia antiaçúcar, continuam propondo que se tire o açúcar da alimentação para curar o câncer...Na verdade, fogem do açúcar, mesmo na pessoa saudável.
Por último e bem importante: eis que estamos novamente de volta a paradigmas chineses, da medicina chinesa tradicional [MCT] de milhares de anos atrás.
A ideia acima, de estrutura e energia na teoria do câncer de O. Warburg e R. Peat, tem toda semelhança com as explicações da MCT, conforme explicada no livro de J Needham; está no terreno do holismo, do organismo como uma unidade estrutura-energia.
Isto é, a ideia geral de O. Warburg esta mais próxima da filosofia da medicina chinesa tradicional - segundo R. Peat – do que o reducionismo imperante na “moderna” medicina de mercado e high tech.
Mais humildade para com certas tradições milenares – assim como também para certas tradições da fitoterapia popular – poderá fazer bem, no dia em que essa medicina dominante, eventualmente, for revolucionada [em uma eventual nova sociedade].
GM Fontes, 27-1-24
As informações aqui presentes não pretendem servir para uso diagnóstico, prescrição médica, tratamento, prevenção ou mitigação de qualquer doença humana. Não pretendem substituir a consulta ao profissional médico ou servir como recomendação para qualquer plano de tratamento. Trata-se de informações com fins estritamente educativos.
Referências ____________________
[A] As citações iniciais de R. Peat integram sua entrevista VD 23-7-21 com Jodellefit, Liver Health, Milk, Alcohol, and More Listener Q&A.
[B] Privação de açúcar põe em movimento o efeito Warburg, e os processos de estresse que conduzem ao ácido lático e ao câncer. É o metabolismo do estresse que compromete a oxidação do açúcar e ele pode emergir por privação do açúcar [exemplo: por efeito Randle]. Não justifica tirar ilações abusivas do fato de que, sim, câncer consome açúcar. Uma obviedade que entra no lugar da teoria bem mais profunda e coerente de Warburg.
O efeito Warburg implica em uma leve elevação do pH intracelular [pela queda do CO2], e esse giro, de um pH 6,8 para cima é metabolicamente ineficiente, é o que também explica Warburg. E, dessa forma, o processo cancerígeno tende a ir acidificando todo o entorno tumoral.
Sim, há especialistas alternativos que falam do açúcar como “o pior alimento das células cancerígenas”. Ora, o açúcar é o alimento do conjunto do nosso organismo para viver, pensar e, logicamente, quando está lutando contra o câncer. Dependemos do açúcar. Não se mata a doença depredando ou matando o hospedeiro de fome, estressando-o com o definhamento acelerado exigido pela produção endógena de açúcar... para o câncer.
O centro da questão não é se açúcar alimenta câncer, mas sim que o câncer é um tecido que era normal, mas que desaprendeu a queima normal do açúcar, a fisiológica, mais eficiente, que leva a CO2.
Então, sim, o câncer é uma doença mitocondrial, não é genética, é metabólica, mas que não pode ser resolvida através da lenta liquidação do metabolismo do hospedeiro. Dieta pobre em açúcar para quem tem câncer – mais ainda que em uma pessoa sem câncer - vai obrigar seu organismo a fabricar açúcar via estresse, via cortisol, via comprometimento do conjunto do metabolismo na direção dos hormônios do estresse e de mais definhamento físico-metabólico.
Foi elaborada, por estudiosos brasileiros, uma crítica cabal a essa tentativa de uso de dietas restritivas [como a cetogênica, onde gordura é maximizada e açúcar é minimizado] como auxiliar no tratamento do câncer. Ver na nota seguinte [C].
[C] FIGUEIREDO F N PAINELLI V D S, 2020. A dieta cetogênica pode auxiliar no tratamento do câncer? Uma análise crítica [DE REVISÃO] DOI: 10.47320/rasbran.2020.1467 R. Assoc. bras. Nutr. 2020; 11 (1): 162-175 ISSN 2357-7894 - Fabiana Neves Figueiredo1 , Vitor De Salles Painelli2 1 Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Paulista 2Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo Contato: Vitor De Salles Painelli - vitor.painelli@gmail.com
Resumo “Existe um crescente interesse na eficácia terapêutica da dieta cetogênica, dada a hipótese de que a restrição de carboidratos (CHO) favoreceria uma menor atividade de células tumorais. Mesmo assim, tais dietas continuam sendo um tema controverso na área de oncologia. Assim, este trabalho tem como objetivo sumarizar os estudos que já investigaram os potenciais efeitos terapêuticos da dieta cetogênica no tratamento do Câncer em pacientes humanos. Foi realizada uma revisão narrativa da literatura, nas bases de dados Literatura Latino[1]Americana e do Caribe (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e base Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME). As seguintes palavras-chaves foram utilizadas isoladamente ou em associação: câncer, nutrição, restrição de carboidrato, células cancerígenas, e dieta cetogênica. Artigos publicados entre 2010 e 2018 e nos idiomas Inglês e Português foram selecionados. Nenhum estudo clínico randomizado foi encontrado. Ao longo dos estudos revisados, os quais se incluíam em sua maioria desenhos quasi[1]experimentais e estudos de caso, 221 pacientes foram selecionados. Resultados mistos foram observados, tanto apoiando quanto refutando a eficácia terapêutica da dieta cetogênica no tratamento de pacientes com câncer. Importantemente, apenas 92 (42%) desses pacientes foram submetidos à dieta cetogênica, dos quais somente 41% tiveram boa aderência à dieta. Estudos clínicos randomizados, investigando grandes segmentos de pacientes por longos períodos, com metodologias e protocolos dietéticos comparáveis, ainda são necessários antes que tal dieta possa ser recomendada como tratamento complementar do Câncer”.
Se desprende daqui, para piorar tudo, que a dieta, de restrição de açúcar e oferta generosa de gordura, ao paciente será apenas um método “complementar” ao horror da quimioterapia e radioterapia... Disponível em: https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/download/1467/341/5766
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